A situação de pedintes nas ruas mostra o quão preocupante está a
desigualdade social em nosso país. Pensando nisso cabe refletir sobre a
seguinte situação: Uma pessoa que não tem renda fixa vai para um local
público e vende honestamente raspadinhas ou qualquer outro produto. Se
analisarmos, são raras as pessoas que param para dar atenção. Milhares
de desculpas são ditas aos vendedores ambulantes: “não tenho dinheiro”,
“estou com pressa”, “não acredito em sorte”, “hoje não” (e na verdade
nunca será “hoje sim”)... As pessoas, às vezes, sem questionar sua ação
ou por estarem influenciadas a desconfiança e vivendo num mundo em que
tempo é raro, não refletem sobre a situação do vendedor em questão. Se
eles vendem, ninguém compra, agora se roubam, mandam-no trabalhar e os
chamam de desocupados.
Mas por outro lado, às vezes as pessoas resolvem ajudar e aquele que
recebe, gasta o que recebe com cigarros, bebidas e outros vícios. Este
comportamento é devido, geralmente, a falta de motivação para construir
uma vida estruturada. Mas se ajudamos, estamos fazendo a nossa parte, e
onde será investido é de consciência do ajudado, se é para o que pediu
ou para outro fim.
Portanto, é uma situação polêmica, pois não sabemos ao certo o que fazer para ajudar os que realmente precisam.
A desigualdade social tem resultado no crescimento de crianças e
jovens sem preparação para a vida e muitos deles não conseguem
oportunidades e acabam se tornando marginais ou desocupados, às vezes
não porque querem, mas por não sobrarem alternativas.
A falta de oportunidade e solidariedade faz com que o número de
desabrigados aumentem. Projetos sociais que fornecem aos jovens
oportunidades de se incluírem profissionalmente na sociedade e os
motivam a batalhar para “crescer na vida” são importantes para diminuir a
desigualdade, violência e outros problemas que estão todo dia
estampando as páginas dos jornais.
O país precisa se reestruturar, a forma de pensar, de uma grande
parte da população, precisa ser reformulada. É importante investir na
educação, no trabalho e na cultura. E que seja, aos poucos, reduzido o
número de jovens, futuros adultos, “mendigando” nas ruas para
sobreviver. É essencial não ficar alienado às desigualdades do nosso
país, onde uns têm milhões e outros não têm o que comer.
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