Adilson Motta, 04/2011
Aborda-se neste artigo a dimensão da pobreza, que é um
problema mundial, inclusive países periféricos, onde vive um sitema de
corrupção reinante e injustiça social por omissão ou conivência de
órgãos sociais e políticos coniventes com o sitema "podre" que contribui
paraperpetuar tal situação nestes e Neste país.
Governos são conscientes do problema, sabem o que fazer, mas como
suas bases de sustentação política para manter a "governabilidade"
omitem-se de agir em prol da justiça social do povo em nome de
benefícios próprios.
Apesar da enorme produção de riquezas que o mundo hoje
produz, o Relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento (Unctad) recentemente publicado mostra que nos últimos
30 anos, o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1,00 duplicará
nos países menos desenvolvidos ou periféricos. E, em nível global,
segundo o Banco Mundial, (11/2008), há cerca de 1,4 bilhão de pessoas
que vivem com menos de US$ 1,25por dia.
Atualmente, milhões de pessoas ao redor do mundo morrem
silenciosamente à revelia dos governos nacionais. A maioria delas,
vítimas da falta de política pública que lhes garantam ao menos direitos
básicos de sobrevivência, tais como saneamento, água potável,
alimentação, moradia, saúde e educação.
1-População mundial que passa fome:
850 milhões em 2007;
925 milhões em 2008;
2- Necessidades de investimentos: 30 bilhões por ano;
3- 2% detêm mais da metade da riqueza mundial. (ONU, 2006).
Segundo o CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina
e Caribe), 10,9%dos brasileiros (em 2006) ainda são considerados
indigentes. Em relação a outros países da América Latina, o Brasilestá
em 5º lugarentre os menores índices de indigência, atrás apenas do
Uruguai, Chile, Costa Rica e Argentina. No referido continente,o país
com o maior índice é Honduras, com 53,9%, que vem seguido do Paraguai,
com 32,2% (em 20006).
No Brasil a situação já teve pior,nos últimos 10 anos, o
número de pobres no país diminuiu em 15%. Apesar deste ponto positivo,
os:
• 10% mais ricos detêm 75% da renda nacional;
• 90% mais pobres compartilham 25%.
• 60 milhões de famílias: 5 mil famílias ficam com 45% da renda e riqueza nacional.
• 4 cidades concentram 80% de todas as famílias ricas no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
(Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil – Out. 2007)
Em toda América Latina e Caribe, 39,8% da população se
encontrava em situação de pobreza, o que representava cerca de 209
milhões de pessoas e 15,4%- 81 milhões - em situação de pobreza
extrema. Os números apontam para a quedade quatro pontos percentuais
em relação a 2002, ano em que a porcentagem chegou a 44pobres e 19, 4%
de indigentes na região.
Relatórios do Banco Mundial afirmam que 73% da população mundial detêm apenas 15% da riqueza produzida no planeta.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) revela que quatro em
cada dez trabalhadores do mundo são pobres. Das 3 bilhões de pessoas
empregadas, 1,3 bilhão ganha até US$ 2,00 diários e 489,7 milhões
ganham menos de US$ 1 por dia. (23/01/2008)
O Banco Mundial (Bird) afirmou que o número de pobres no mundo é
o menor desde 1987. O forte crescimento econômico chinês contribuiu
para a redução dos números absolutos de pobres. Cerca de 2,56 bilhões de
pessoas viviam com menos de US$ 2,00 ao dia em 2004. Segundo o
relatório Indicadores de Desenvolvimento Mundial, divulgado em
Washington, cerca de 986 milhões de pessoas em todo mundo ainda vivem
com menos de US$ 1 ao dia, critério de definição da pobreza extrema. O
banco nota, entretanto, que mesmo nos países que reduziram os níveis
absolutos de pobreza, a desigualdade cresceu.
A discrepância surge do fato do indicador de um dólar por dia ser
inadequado em algumas regiões. Na América Latina, por exemplo, a
Comissão Económica para a América Latina e Caribe (ECLAC) usa a medição
de dois dólares diários para definir a linha de pobreza extrema,
enquanto nos Estados Unidos da América esta está estimada em 12 dólares
diários. Considerando o valor do dólar em 11/2007 (R$ 1,74), quem
sobrevive no EUA com US$ 360,00 – equivalente a R$ 650,76 é classificado
na linha de pobreza extrema. Imagine isso comparado ao salário mínimo
no Brasil, de R$ 520,00, ou US$: 297,14 dólares)*.
Lisboa e Montevideo, 13 de Setembro de 2005 *cotação de 08/2010
A proporção mundial de pessoas em extrema pobreza - que vivem
com menos de US$ 1 dólar por dia - caiu pela metade entre 1981 e 2004,
passando de 40,6% para 18,4%, de acordo com o relatório Indicadores do
Desenvolvimento Mundial 2007, divulgado pelo Banco Mundial (Bird).
No Brasil, segundo o relatório, 7,5% da população vivia com menos de US$ 1 por dia em 2004, e 21,2% com menos de US$ 2.
Quando considerada a faixa das pessoas que vivem com menos de US$ 2
dólares por dia, os avanços mundiais são menores. A queda foi de 60,8%
para 47,7% da população global entre 1990 e 2004. O número total de
pessoas nessa condição passou de 2,64 bilhões em 1990 para 2,55 bilhões
em 2004 - quase a metade da população do mundo em desenvolvimento.
Cerca de 14,2% da população global passa fome (o que corresponde ao estimativo de 925 milhões de pessoas).
Segundo a FAO, o preço do alimento no mundo mais que dobrou em 5
anos. Isso afetou principalmente os cerca de de 1,4 bilhão que ganham
menos de 1, 25 por dia.
Para a ONU, se a escalada de preços continuar dos alimentos
persistir, mais de 100 milhões de pessoas podem ser arrastadas para
baixo da linha de pobreza no mundo.
2,5 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso a saneamento básico e a
água potável – ou seja, cerca de 40% da população mundial, estimada
hoje em 6,5 bilhões.
China
A China é um dos destaques do relatório, o qual reduziu o percentual
da população em extrema pobreza de 63,8% em 1981 para 9,9% em 2004. No
período, o número de chineses nessa condição passou de 634 milhões para
128 milhões; - A China fez a enorme diferença para a redução mundial.
Apesar da diferença, por trás do salto chinês estão as grandes
corporações transnacionais: Em território chinês trabalham 12
mil empresas americana; 6 mil europeias e 3 mil japonesas. Em
conclusões, a China produz com capitais terceirizados de países
centrais. É uma economia totalmente voltada para a exportação. (apud
GODEIRO at al. 2007).
Se forem excluídos os dados da China, o número de pobres no mundo em
2004 permanece praticamente o mesmo de 1981 (857 milhões de pessoas).
A desigualdade social se agravou na América Latina, apesar de muitos
países terem governos considerados de esquerda, afirma o padre David
Gutierrez, porta-voz da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam).
Na avaliação de Gutierrez, a globalização e a economia neoliberal
agravaram as condições da população mais pobre; para o mesmo,governos de
esquerda provocaram desilusão.
Na entrevista (ao estadão.com.br, em 8/09/2008), a ministra Dilma
Rousseff afirma: "Essa história de neoliberalismo valia para nós,
somente para nós. Vocês (jornalistas) estão descobrindo um pouco tarde"
- no sentido de denunciar o leite já derramado, e o patrimônio da
nação entregue na onda neoliberal do "privatizar" onde lobistas e
traidores da pátria faturaram alto e ficaram impunes.
Afinal, o neoliberalismo foi uma estratégia recomendada pelo chamado
Consenso de Washington que, segundo então diziam seus seguidores,
aceleraria o crescimento econômico nos países que o adotassem.
"A aplicação de muitas medidas neoliberais fez com que as
desigualdades entre ricos e pobres se tornassem mais profundas em muitos
países da América Latina", afirma. "Este é um tema constante nas
reuniões dos bispos do continente."O cerne da política neoliberal, numa
perspectiva de "estado mínimo" através de ação privatizante de empresas
estatais – equivale tirar dessas empresas as riquezas e seu usufruto de
toda uma nação e colocá-las em poder de grupos corporativos, e por trás
destes, "grandes figuras políticas" (pessoas físicas) que se escondem
nas jurídicas. Cuja finalidade, entre outras, éa consolidação do
sistema capitalista, pois esses bens são colocados em poder do setor
privado, tornando remota a possibilidade de um sistema socialista, tal
fato é como uma faca de dois gumes, contribuindo também, para a
concentração de renda e subdesenvolvimento. Exemplo: Vale do Rio Doce,
Telebrás e outras estatais –em cujas tentativas de CPIs, diante de
evidências de fraudes, viraram pizza (grifo meu).
Sanders observou que as políticas neoliberais do FMI desenvolvidas
nos anos 1980, empurrando os países em direção ao livre comércio sem
restrições, à privatização e ao corte abrupto das redes de segurança
social foi um desastre para a América Latina e contribuiu para o
crescimento da pobreza em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que certos
países da América Latina, como o Brasil e a Argentina seguiram essas
políticas neoliberais impostas pelo FMI, de 1980 a 2000, a renda per
capita na América Latina cresceu a somente um décimo da taxa das duas
décadas anteriores.
Houve quem denominasse a Idade Moderna de "Idade dos Mendigos", pois a
ascensão da burguesia também gerou a pobrezae a desclassificação
social. Relações similares ocorre com as privatizações, onde grupos
privados (com reduzido números de indivíduos detentores –
correspondentes a burguesia) possuem e usufruem as altas rendas que
iriam suprir toda uma Nação em seus indicadores de pobreza, desigualdade
social e geração de recursos para promoção de políticas públicas.
Você sabia que...
É consideradapobrenos Estados Unidos a pessoa cujo rendimento anual for de US$ 19.157 (R$ 45.900) ou menos. (2/2005)
Imagine o Brasil, onde a renda per capita é de US$ 4.289, (equivalente aR$ 9.564,47) .
A pobreza não diminuiu apesar dos compromissos assumidos pelos
líderes mundiais na Cimeira do Milênio em 2000. Pelo contrário, aumentou
em várias regiões, de acordo com o relatório Social Watch 2005.
O critério de menos de um dólar por dia foi estabelecido pelo Banco Mundial como a linha internacional para a pobreza extrema.
Segundo a sua própria definição, o Banco Mundial estima que existe
1.3 bilhão de pobres no mundo. Contudo, o Social Watch avisa que se as
definições nacionais de pobreza fossem usadas em vez da "linha
internacional para a pobreza extrema", pelo menos mais 500 milhões de
pessoas dos países de rendimentos médios e altos seriam adicionadas ao
número total de pobres no mundo.
A discrepância surge do fato do indicador de um dólar por dia ser
inadequado em algumas regiões. Na América Latina, por exemplo, a
Comissão Econômica para a América Latina e Caraíbas (ECLAC) usa a
medição de dois dólares diários para definir a linha de pobreza extrema,
enquanto nos Estados Unidos da América esta está estimada em 12 dólares
diários.
A equipe de investigação do Social Watch chegou a uma conclusão de
que a pobreza extrema não está a diminuir e na realidade está a aumentar
em África, América Latina, Médio Oriente e Europa do Leste e grande
parte da Ásia onde o progresso se concentra no Vietname, Índia e China.
Lisboa e Montevideo, 13 de Setembro de 2005
Em algumas regiões, principalmente na África, parte da população já
tem um consumo diário de apenas 57 centavos de dólares, enquanto um
cidadão suíço gasta por dia US$ 61,9. Nos anos 70 cerca de 56% da
população africana vivia com menos de US$ 1,00, hoje este valor é de
65%. A pobreza está a aumentar, em vez de diminuir. (Junho de 2002).
O diretor-geral da FAO (World FoodandAgricultureOrganizations)afirma
que, apesar da importância estratégica da agricultura para combater
esta situação, nos últimos 10 anos o crescimento do setor agrícola no
continente foi fraco, alcançando apenas 2,7% no ano 2000. Um dos fatores
que impede o crescimento da mesma, deve-se à concorrência dos países
mais desenvolvidos, cuja agricultura é fortemente subsidiada pelos
respectivos estados, no sistema mecanizado (o que proporciona uma
produção em larga escala e preços competitivos).
Brasil quase atinge meta da ONU para redução da pobreza
Rio de Janeiro - Agência Brasil, 19/09/2007
Ao reduzir de 35% para 19,31%, entre 1993 e 2006, o percentual de
pobres entre os brasileiros, no período de 1993 a 2006, o Brasil quase
atingiu, em metade do tempo previsto, uma das Metas do Milênio fixadas
pela Organização das Nações Unidas (ONU) - a de reduzir a pobreza no
mundo à metade em um prazo de 25 anos. Diante desta baixa, o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João
Pinheirodivulgaram que:
O indicador que mais contribuiu para reduzir a desigualdade social no
País foi o aumento de matrículasno ensino fundamental. A educação teve
papel particularmente importante para o progresso dos municípios de
menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), explicou o
coordenadortécnico do Atlas, Ricardo Paes de Barros – as cidades com
menos de 50 mil habitantesforam as que mais melhoraram a qualidade de
vida da população.
Olhando a distribuição de renda, os 50% mais pobres cresceram o seu
bolo em 12% e os 10% mais ricos em 7,8%. Ou seja, o bolo cresceu para
todos, mas com mais fermento entre os mais pobres.
Existem vários fatores que poderão aniquilar o capitalismo da mesma
forma com que o comunismo foi varrido da antiga União Soviética. O mais
importante deles refere-se ao fato de que quase dois terços (66,66%) da
humanidade vivem com menos de US$ 2,00 por dia. Isso significa que 3,5
bilhões de pessoas vivem em um estado de pobreza. No Brasil, um quarto
da população vive abaixo da linha da pobreza.
Os 10 países em pior posição segundo o ICB (International Business
Comunication) são, em ordem ascendente, Chade, Etiópia, Ruanda,
Guiné-Bissau, Níger, Madagascar, Bangladesh, Burundi, Laos e Paquistão. E
os melhores situados são Suíça, Suécia, Portugal, Holanda, Nova
Zelândia, Noruega, Luxemburgo, Japão, Islândia e Grécia, em ordem
descendente.
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